ÁLVARO JERONYMO Comunidade & Projetos: 20 de Novembro - Não é dia de festa, mas sim de reflexão

Olá leitores, abaixo exponho algumas fotos do painel feito pelos alunos da Escola Mozart Tavares para ressaltar a importância de falar sobre este tema e de lembrar a todos que é necessário fazer uma reflexão sobre a data. Afinal, todos querem direitos e ninguém quer viver sem os seus, logo, há que se olhar para dentro de nós mesmo afim de vermos se estamos sendo justos com o próximo.

Só quero lembrar... ninguém nasce racista, crianças brincam, mas adultos, que foram crianças e aprenderam coisas erradas, se não forem corrigidos, serão capazes de estragar as crianças, ensinando coisas erradas. Então, vamos rever as atitudes e refletir para que todos possamos viver em um mundo mais harmônico.

É triste mas sabemos que no Brasil além de em muitos outros países há muitas pessoas racistas. Estes, racistas dizem serem melhores que os outros, porém sabemos que são puramente invejosos e se tivessem ficado na situação em que ficaram os negros escravizados tenho certeza de que hoje estariam cobrando o mesmo que nós cobramos, pois não dá pra aceitar o que fizeram no passado. Há que se cobrar as indenizações sempre.

Algumas pessoas dizem que é vitimismo, ou melhores, estes são os racistas que não compreendem a situação, são aqueles que não se colocam no lugar dos que iniciaram a corrida lá atrás quando outros que não sofreram começam a corrida bem na frente. É como se tivessem largado metros a frente enquanto os demais largaram lá atrás. É injusto o que aconteceu e há a necessidade da reparação.

Tem muitos que dizem que hoje estão fazendo trabalho escravo, quando o patrão cobram demandas que estão no contrato. Dizem que os patrões estão tirando o couro dos empregados. Porém a diferença é muito gritante. Os funcionários de hoje não estão nem um pouco sendo escravizados, não sofrem nem um décimo de milésimo o que os escravizados sofreram e por isso sempre digo, nunca saberão as dores que os negros escravizados sofreram, logo, há que respeitar o povo negro que trabalhou duro, que deu seu suor a troco de nada, simplesmente trabalharam para não sofrerem os horrores que eram aplicados. Pessoas sendo queimadas vivas, dentes sendo arrancados, unhas sendo arrancadas. Sem contar as marcas com ferro em brasa que eram aplicadas.

Então, você racista não venha dizer que é "mimimi..." pois não é mesmo e eu enquanto viver vou lutar para que não fique em vão, vou cobrar gota de suor e sangue que meus ancestrais derramaram nesta terra que contém racistas e muitos fascistas. Já cansamos de ouvir asneiras de grupos intolerantes. Nós negros só estamos lutando por igualdade e cobramos apenas 20% das cotas deixando 80% para a classe que sempre nos explorou. Agora, imagine se começarmos a lutar pelos 80%, ai vão sim ficar com mais raiva, mas se continuarem com este movimento fascista e intolerantes vamos sim inverter os números e passar a lutar por 80% das cotas e de tudo que pudermos reivindicar.

Não dá mais para aceitar de cabeça baixa as explorações, vamos fazer o movimento ganhar força e respeito pois o dia 20 de novembro não é dia de festa, mas sim de reflexão. Queremos um Brasil mais justo. Queremos ver médicos negros atendendo nos hospitais, em números iguais aos brancos. Assim como queremos ver os negros em todas as esferas, pois como já dito, foram nós, descendentes de um povo escravizado que sofremos todos os problemas de moradia, de educação de saúde, pois quando os escravos foram libertados não lhes foram concedido terras para o plantio e para sua subsistência.

Não foi concedido as terras assim como não foi concedido as sementes, as infraestruturas necessárias para se desenvolverem. Foram sim, jogados para fora das fazendas enquanto outros grupos recebiam passagens do Governo Brasileiro para virem e cultivarem, para estes outros grupo, que eram brancos, foram dadas terras e valores monetários para iniciarem as atividades. Ai, volto a dizer, o Povo negro ficou desprovido de moradia, desprovido de terras, de educação e de saúde. Portanto vamos cobrar tudo agora e não tem "mimimi" que nos faça parar.